9 de setembro de 2021

A importância da Análise Facial na Harmonização Orofacial

Tudo começou no Egito antigo, Nefertiti, cujo nome significa “a mais bela chegou”, era considerada modelo de beleza, sendo talvez uma das maiores referências de estética facial até hoje.

Seu rosto perfeitamente simétrico, com uma precisa definição entre cabeça e pescoço. Sobrancelhas sutilmente curvadas, nariz fino, zigomáticos marcados e proeminentes, lábios carnudos. E ausência de marcas de expressão ou rugas, pescoço fino e alongado, nos remete ao ideal de beleza perseguido até hoje.

Com a globalização, o desenvolvimento e a velocidade da informação chegando aos quatros cantos do mundo, os conceitos de beleza quebraram barreiras territoriais e culturais.

Cada face é única, sendo resultado de uma composição de elementos genéticos e ambientais, como o padrão ósseo; a posição, o volume e a qualidade dos tecidos moles; o posicionamento dentário e a personalidade individual.

Por definição, estética é a apreciação da beleza, ou a combinação de qualidades que proporcionam intenso prazer aos sentidos, às faculdades intelectuais e morais. A beleza está relacionada a uma sensação prazerosa, o conceito de beleza é próprio de cada indivíduo, sendo estabelecido a partir de valores individuais.

Reconhecemos facilmente um rosto com estética facial agradável, mas nem sempre sabemos explicar o porquê da beleza. Desvendar quais características leva a uma estética facial ideal tem sido o propósito de muitos estudos.

 

Tipos de análise facial para estética facial

A análise para estética facial pode acontecer da forma subjetiva ou objetiva. A análise subjetiva depende de extrema experiência e sensibilidade, pois durante a consulta de avaliação e o exame clínico, o especialista já consegue delinear um diagnóstico e plano de tratamento para seu paciente.

Já na análise objetiva envolve registros através de fotografias e vídeos. Atualmente é facilitada por ferramentas digitais, que permitem a chamada análise facial digital. As fotografias são a base para a análise facial.

Esses registros geram imagens sobre as quais são feitas marcações de pontos, linhas e ângulos, gerando medições que são comparadas às medidas de referência do padrão de “normalidade”.

Sendo assim, com essas imagens também é possível diagnosticar de forma mais precisa a desarmonia já previamente percebida em uma análise facial subjetiva.

Por exemplo, um paciente pode queixar-se de um nariz muito proeminente, mas a análise objetiva mostra que o nariz apresenta um tamanho proporciona à sua face. Este se sobrepõe devido a um subdesenvolvimento do mento.

A análise facial digital, além de facilitar o diagnóstico, aumenta a segurança no planejamento e na execução de procedimentos. Contudo melhora também a comunicação com o paciente a respeito dos procedimentos propostos na estética facial.

Sendo assim, a linguagem visual tem forte poder e permite que o paciente compreenda com mais clareza os propósitos das intervenções para harmonização.

As referências faciais têm sido desenvolvidas para tornar possível a obtenção de melhores resultados, dando ao paciente a melhor face e o melhor sorriso possíveis. Esclarecendo as possibilidades e limitações de cada caso, eliminando, dessa forma, expectativas irreais.

As medidas que enquadram as características faciais como dentro dos padrões de normalidade servem de parâmetro para se delinear um plano de tratamento para o paciente.

Idealmente deve-se unir as análises subjetiva e objetiva, as queixas e expectativas do paciente e limitações, entendendo que não existe apenas um tipo de beleza possível.

 

 

O conhecimento das referências estéticas faciais é fundamental para diagnóstico, plano de tratamento e como ferramenta de comunicação. Esse conhecimento deve ser somado ao bom senso clínico do profissional envolvido e às expectativas do paciente para que se alcance sucesso com o tratamento.

A partir da análise facial é possível realizar um planejamento de estruturação facial conjugando a aplicação de materiais preenchedores, toxina botulínica e outros procedimentos da Harmonização Orofacial.

Preencher um rosto é dar exatamente o que ele precisa; suprindo suas necessidades, e realçando o que já é belo. É como fazer uma escultura utilizando os princípios de sombra e luz explorados na maquiagem. E isso requer uma gama de conhecimentos, um toque artístico e uma técnica apurada.

 

Para isso, devemos responder algumas perguntas primordiais:

  • Qual rosto deve e pode ser preenchido?
  • Quais áreas devem ser abordadas? Malar, mandíbula, mento ou várias regiões ao mesmo tempo?
  • Qual desenho da região a ser preenchido?

 

E então podemos definir:

  • Qual material utilizado! Se ácido hialurônico (qual a melhor reticulação e em qual plano será implantado?)
  • Qual volume para cada região!

 

Características na análise facial de cada sexo

 

 

Face arredondada, testa larga com olhos, nariz e boca com implantação baixa, mento menor, curto e retro posicionado, lábios cheios, olhos grandes, nariz pequeno, sobrancelha alta e fina. Essas são características típicas da face de um bebê e não por acaso evocam em homens e mulheres sentimentos relacionados à simpatia, apego e cuidado.

Com a adolescência, os hormônios sexuais começam a surgir e há modificações na face (características sexuais secundárias), que nos permitem distinguir a face feminina da masculina.

Entretanto, parece haver uma maior atratividade por indivíduos do sexo oposto que apresentam características sexuais secundárias mais evidentes e exageradas.

Todavia, nos homens, a testosterona estimula o aparecimento de pelos faciais, maior força muscular e crescimento ósseo. Como resultado, os homens têm ângulo mandibular, mento e arco superciliar mais proeminente.

Algumas mulheres tendem a manter aparência típica da face de bebê, com traços finos, delicados e arredondados.

Quando crianças, algumas características as fazem não atrativas sexualmente como: dentes pequenos, diastemas anteriores, grande faixa de tecido gengival exposta, face arredondada e lábios finos.

Sendo assim, com o passar do tempo, o estrogênio torna-se responsável por dar volume aos lábios e ao maxilar. A face assume um aspecto menos arredondado e o crescimento ósseo faz com que os diastemas e o sorriso gengival desapareçam, tornando-se atrativas sexualmente.

Contudo, as faces de homens e mulheres devem ser abordadas de forma diferente na harmonização orofacial, levando em consideração as características peculiares de cada gênero.

 

Características na análise facial de cada idade

 

 

À medida que envelhecemos, percebemos visualmente uma perda de volume no nosso rosto.
E o processo de envelhecimento começa mais cedo do que muitos imaginam.

  • Dos 20 aos 30 anos: se inicia a perda de gordura na região dos olhos, e os sulcos começam a se formar, o que muitas vezes dá aquele aspecto de cansado;
  • Dos 30 aos 40 anos: a gordura da bochecha atrofia, fazendo surgir o famoso “bigode chinês”, além das rugas nasolabiais (código de barra) e a formação do “buldogue”;
  • Dos 40 aos 50 anos: todos os aspectos acima se aprofundam, surgindo as rugas de marionete e papada. Também começamos a perder a definição da mandíbula, o que dá o aspecto derretido;
  • Dos 50 aos 60 anos: nessa fase a flacidez e o contorno da face podem piorar bastante, assim como a flacidez do pescoço.

Após os 50 anos os procedimentos mais indicado são: estética do sorriso (dentes), os bioestimuladores, toxina botulínica e preenchimentos com acido hialurônico.

Existem outros recursos também que são avaliados individualmente no momento da consulta. Mais do que idade cronológica é observado estado geral e individual de saúde.
O ácido hialurônico é uma opção de preenchimento para partes onde o tecido tem aspecto “murchado” e envelhecido. Existem várias indicações para o preenchimento cutâneo, tais como rugas de repouso, sulcos da pele, delineamento dos lábios, aumento do volume dos lábios, cicatrizes de acne e cicatrizes em geral.
A toxina botulínica (famoso botox) provoca o relaxamento dos músculos promovendo uma melhora muito grande no contorno facial, suavizando rugas e linhas de expressão do rosto.

 

Características na análise facial em diferentes etnias

 

 

Quando se trata de planejamento dos tratamentos em etnias diferentes, sabemos que cada uma tem seu diferencial: lábios, nariz, olhos, sobrancelhas, tom de pele, formato ósseo, tudo se difere e aqui na Orto e Arte nós respeitamos isso.

Quando não se respeita os traços de cada um, é desastre na certa. Querer usar técnicas e produtos de um mesmo jeito, nos mesmos pontos faciais, é a maneira mais fácil de deixar todos os rostos iguais – na melhor das hipóteses – ou de causar incômodas deformidades, como olhos arregalados ou bochechas salientes demais.

É para evitar a ocorrência de problemas do gênero que a maioria dos bons especialistas não se prende a um manual de aplicação. Ao contrário, observa as peculiaridades de cada rosto, levando em consideração as características das raças. Cada uma apresenta marcas importantes que podem influenciar o resultado dos tratamentos e é muito importante respeitar os traços étnicos.

Os negros, por exemplo, têm os ossos da região malar mais proeminente, enquanto nos orientais a face é mais arredondada. Nesses casos, é fundamental avaliar adequadamente e colocar o ácido hialurônico, por exemplo, em áreas distintas, a fim de se obter harmonia, e não o contrário.

Também é preciso um cuidado especial na aplicação da toxina botulínica. Em geral, negros têm uma musculatura frontal mais forte, que requererá um tipo específico de aplicação. Como a pele é mais espessa, o músculo precisa de maior quantidade da substância para que o resultado seja satisfatório.

Asiáticos e caucasianos possuem uma musculatura frontal mais fragilizada. Isso também requer mais cautela no momento da aplicação.

Os pontos de intervenções – e seus objetivos – podem ser distintos. Para amenizar as rugas da pele branca é recomendada a aplicação de toxina botulínica tipo A e o preenchimento com ácido hialurônico para melhorar os sulcos, entre outros tratamentos.

Para pele asiática é indicada a toxina para corrigir as rugas finais ao redor dos olhos (conhecidas como pés de galinha) e aumentar a abertura dos olhos. Além disso, pode-se fazer o preenchimento para os lábios e maçã do rosto.

Em relação à pele negra, é preciso tratamento especial na região entre as sobrancelhas, pois o sulco marca demais a face negra.

Outro exemplo claro de diferenças é a vulnerabilidade às manchas. A da pele das pessoas de origem asiática e negra é maior, elas mancham facilmente. Entre as mais frequentes está o melasma – manchas escuras cujo surgimento está associado à gravidez ou ao uso de anticoncepcionais e desencadeadas pela exposição solar sem proteção adequada. Para esses indivíduos, o cuidado na aplicação dos tratamentos nessas marcas deve ser ainda maior. Como regra geral, quanto mais clara a pele, mais agressivo pode ser o tratamento, ao contrário, nas peles negras e asiáticas, corre-se o risco de piorar a mancha se ele for forte demais. As pessoas brancas, por sua vez, são mais propensas à formação de manchas por causa do excesso de exposição ao sol sem proteção.

Em relação à cicatrização, a carga genética de cada raça apresenta uma influência grande. Negros e asiáticos possuem maior incidência de queloide (cicatrização com excesso de formação de colágeno, resultando em uma cicatriz elevada). Nesse caso, há formas para tentar evitar o problema. Uma delas é o uso da betaterapia, um tipo de radioterapia superficial. Mas ela não impede necessariamente a formação dessa cicatriz.

 

O nosso foco é a face. E a análise facial contribui para o entendimento do complexo crânio facial.

Para obter o melhor resultado, o primeiro passo para se tratar uma face são as medições das proporções faciais. A interpretação e o relacionamento dessas medidas são de fundamental importância para recompormos as proporções para cada tipo facial evitando excessos nos procedimentos e fugindo da artificialidade. Esse é o principal objetivo da harmonização orofacial.

Definir beleza é subjetivo. E como dizia Leonardo da Vinci: “Somente a observação é a chave para o entendimento”.

Temos medições específicas na face do paciente como: a altura facial, distância bizigomática e distância bigoníaca. Podendo ser medida por uma régua ou por um paquímetro. Guias criados em parâmetros na nossa literatura vão facilitar a interpretação das qualidades e defeitos estéticos de cada paciente.

Podemos calcular as medidas de acordo com a proporção áurea: calculada dividindo medidas de áreas da face. A parte superior (numerador) pela parte inferior (denominador). E quanto mais próximo se chegar ao número da proporção áurea que é 1,618 mais bonita é considerada a face e, portanto, a pessoa.

Uma harmonização fundamentada nos princípios de análise facial nos permitirá alcançar resultados muito mais previsíveis, seguros e naturais possíveis.

Identificar e mapear as principais zonas estratégicas da face com necessidade ou não de volumização da face não significa deixar todo mundo igual e sim devolver a harmonia e as proporções individuais entre as estruturas faciais de cada paciente.

 

 

 

 

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